ARGONALDO

A Filosofia Cotidiana Brasileira

Argonaldo é uma personagem criada pelo filósofo Sérgio Sá Júnior, que por caráter analítico, serve ao leitor uma base descomplicada das situações atuais em todos os âmbitos da vida brasileira.

segunda-feira, 7 de novembro de 2022

 


 

 Principiemos o ponto filosófico a cerca do bem e do mal.

 

I - O bem, etimologicamente, tem sua derivação do latim; o bem (bene) é a qualidade de excelência ética atribuída às ações que estejam relacionadas a sentimentos de aprovação e dever.

O mal (male em latim), comumente se refere a tudo aquilo que não é desejável ou que deve ser destruído. O mal está no vício, em oposição à virtude.

 

II - Analisando e entendendo os conceitos de bem e mal podemos agora falar mais sobre eles, primeiro se analisarmos que antes mesmo do ser humano existir já se existia uma lei natural originária de todas as coisas pondo em contraposto os conceitos criados pelo homem para se manter uma relação saudável entre convivas de sua espécie - Homo Sapiens - que até hoje é o único ser que conhecemos que possui racionalidade sustentada, intelecto, sabendo discernir as coisas.

Esse discernimento dá ao homo sapiens a capacidade de refletir sobre suas ações, elaborá-las e a partir de suas criações, digamos assim, seu mundo fora da natureza bruta originária de todas as coisas, o homem cria seu próprio mundo, onde pode se comunicar com seus convivas e viver em hipotética harmônia uns com os outros de sua própria espécie.

Assim é criado leis para que os homens vivam bem. Dentro destas leis são atribuídos a esses conceitos de bem e mal, outro conceitos, como a ética, moral, espiritualidade ( religiosidade)...

Vejamos bem que logo a partir deste ponto, que já não é mais o ponta pé inicial, se abrem vários caminhos para por onde a crença religiosa se instaura e coloca suas raízes. Seus conceitos acerca do bem e do mal criam outros ramos que se baseiam na cristandade religiosa, do que se pode ou não fazer - vale destacar que isso é imposto em todas as religiões, mas se destaca no cristianismo por ser a religião mais forte, imposta, há dois mil e vinte e dois anos, a força desta imposição que ele passa a implicar no decorrer do tempo eleva os eventos que fazem com que este conceito tenha mais força ainda.

 

III - Agora, pelo aspecto bruto da coisa, onde está escrito o que é bem e mal na natureza? A natureza age por si só, ela tem regras específicas quanto ao funcionamento de todas as coisas,

Se pensarmos em um lobo, ele se torna mal por comer um coelho? Por se alimentar? Ou sempre fora? O lobo não tem o mesmo intelecto que o ser humano, essa capacidade de criar e elaborar conceitos e discernir que muitas vezes pode estar fazendo mal a um outro animal. Tomemos: precisamos verificar que é de nosso conhecimento universal que a única raça que mata, escraviza, condena e faz uso de coisas perversas, que são caracterizadas como más, é o homo sapiens. O lobo apenas age por instinto, já o homem não, por seu intelecto mais apurado age por essencialidade, algo que está inato em suas características essentes que é a de ser assim.

Mas não o caracterizemos como mal, já que analisando pelo bruto da coisa o mal não existe no aspecto natural das coisas, são apenas atributos inerentes à raça humana e a todas as outras. São levados em consideração outos pontos, como o de sobrevivência, adaptação, já que sobrevive não o mais forte e sim o mais apto e isso deu ao homem essa soberania sobre as outras espécies de seu planeta. Agora como já vimos, neste aspecto bruto, o homem criou seu mundinho de conto de fadas e está inserido nele. Todos nascemos inserido nele, portanto, temos esses conceitos inseridos em nosso dia a dia, e na análise, por sermos criadores e fomentadores deste mundo, também somos criadores destes conceitos; conceitos antigos. Muitos pensadores e filósofos já falavam sobre, partindo do ponto onde se há uma harmonia para se bem viver em sociedade, como convivas, como já postulado anteriormente.

 

Pelo aspecto pouco mais fundo; cada ser é único e exclusivo em si e para si. Já ouviu falar sobre? O que é bom para você pode ser mal para mim? Como consequência da natureza, nos tornamos seres circunstanciais, que estão propícios a todos os tipos de acontecimentos, o mundo em que vivemos é dual, a dualidade faz parte dele através das circunstâncias. Eu posso sair de casa e pode estar fazendo sol ou chuva, isso mais uma vez, faz parte do aspecto essente da própria natureza e não temos como controlar. E isso se aplica muito também no campo humano. Eu posso achar que estou fazendo o bem para uma pessoa, mas no fundo estou fazendo mal para outras dez pessoas, isso se chama dualidade circunstancial, termo elaborado e utilizado por mim para definir esse movimento do mundo, onde as circunstâncias atuam gerando infinitas possibilidades para tudo. A dualidade é uma constância na natureza e com consequências na nossa vida.

Deste modo o bem e o mal, além de serem conceitos criados pelo homem, são conceitos religiosos que são muitas vezes favorecidos à aqueles que seguem a religião, quais podemos chamar de dogmatizados, onde o bem e o mal mudam de acordo com o que é favorável para com cada um e isso se aplica em todos os campos, como já disse: o que é bom para mim pode não ser bom para você.

Qualquer um, hoje em dia, usa esses termos sem sequer mesmo ter noção da amplitude e de seus valores intrínsecos dentro do campo criativo humano. A distorção da compreensão e mal entendimento desta matéria, faz com que o homem não saiba quais são seus verdadeiros valores. A desnecessária, mas famosa hipocrisia.

 

By: Caio Henrique Abruzzese 

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